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ARTIGO | 02 de abril, dia Mundial de Conscientização do Autismo 3b6u4d

Hoje, 02 de abril, dia Mundial de Conscientização do Autismo, data da qual foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de divulgar informação para a população em relação ao Transtorno do Espectro Autista, reduzindo a discriminação e o preconceito das pessoas que apresentam o transtorno. Porém, do local em que não poderia acontecer discriminação, acontece do: PODER PÚBLICO MUNICIPAL. É isso mesmo do poder público municipal da cidade de Rondonópolis! Segundo o site da prefeitura municipal de Rondonópolis a “cidade se consolida como maior exportador de MT e 15º do Brasil”, mas se encontra atualmente como discriminador em relação as pessoas com espectro de autismo.

COMO ASSIM? Explicarei logo abaixo, após o MEU depoimento de uma mãe atípica.

Minha filha foi planejada e muito esperada, pois estávamos querendo ter uma filha, pois sou mãe de dois meninos. Minha filha é muito linda, inteligente, cheia de energia, mas ainda não verbaliza, estou ansiosa para ouvi-la me chamar de mamãe. Mas isso, é o que menos importa, eu a compreendo pelo olhar, ou tento compreende-la, pois quando a compreensão não acontece, ela fica nervosa e apresenta situações de agressividade, ela se bate, me bate, choro constante, nada consegue acalmá-la. Após algumas horas de muito sofrimento consigo fazer que ela se auto regule. Ah, sofrimento de quem? Dela que não consegue realizar uma fala funcional e meu coração despedaça em vê-la nesta situação.

Ela dorme mal, às vezes a madrugada aqui em casa é bem agitada, ela corre de um lado para o outro, pulos constantes, choros doloridos, pois a medicação não faz mais efeito, e esses dias são os piores. Minha filha tem muitas terapias, pois como sabe-se o AUTISMO NÃO TEM CURA, tem tratamento e compreensão. Então, me organizei financeiramente e no horário de trabalho para acompanhá-la nas terapias. Este ir e vir de uma clínica para a outra não é fácil, às vezes fico esgotada fisicamente e emocionalmente. Assim, como toda mãe, tenho medo do futuro, tenho medo do que irá acontecer com ela, choro, mas não na frente dela. Não sou fortaleza, sou somente MÃE…

Lembra no início deste artigo quando citei que o poder público é discriminatório? Então, não consigo mais levar minha filha nas terapias, pois o executivo suspendeu o direito dela ter a mãe acompanhando, direto do qual é garantido por lei federal, suspendendo minha redução da carga horária de trabalho, pois este direito da minha filha, é EXCLUDENTE ao executivo. A saúde pública atual não oferece neuropediatra para que ela possa fazer acompanhamento, terapias para pessoas do transtorno de espectro do autismo pelo poder público? Para que? Não são prioridades.

Finalizo dizendo, hoje, 02 de abril, saibamos independente de nossa classe social nos colocar no lugar do outro, fazendo a seguinte pergunta: E SE FOSSE O MEU FILHO?

Karyna de Fátima, professora da rede municipal de ensino e mãe atípica.

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